Palestras na Facha abordaram sustentabilidade

Dois especialistas debateram, na últim quarta-feira, 27/10, no campus da Facha em Botafogo, como as ações de responsabilidade social na área ambiental podem contribuir para a melhoria das condições de vida da sociedade, fortalecendo o desenvolvimento sustentável, conceito que ganhou força de lei na última década. A primeira palestrante foi a ex-aluna da Facha, a relações públicas Nicole Martins de Andrade, que trabalha com projetos socioambientais para organizações governamentais e do terceiro setor. Nicole explicou o conceito de sustentabilidade e apresentou um histórico sobre como a questão vem sendo tratada pela humanidade nos últimos 40 anos. “Basicamente, ser sustentável é promover o desenvolvimento sem prejudicar as gerações futuras. Por isso, meu trabalho é dirigido à preservação do meio ambiente, a partir de práticas educacionais que possam reduzir, reutilizar e reciclar os resíduos produzidos pelas sociedades industriais”.

Nicole lembrou que, a partir da década de 1980, a comunidade internacional passou a dar mais atenção à questão ambiental, após a publicação, pela Comissão de Meio Ambiente da ONU, do relatório “Nosso Futuro Comum”. Depois disso, vários fóruns internacionais foram realizados mundo afora, inclusive no Brasil, que sediou a Conferência das Nações Unidas para o Clima, a Eco 92. Ela também apresentou o documentário “Os Caminhos Socioambientais do Tratamento de Resíduos”, produzido como trabalho de conclusão de curso. O vídeo aborda as experiências de três organizações não governamentais que atuam na área ambiental: Recicloteca, Guardiões do Mar e BrasilPet Reciclagem. O trabalho está disponível na biblioteca da faculdade.

Linguagem verde – Em sua palestra, o ex-coordenador da Comissão de Reciclagem da Associação Brasileira do Alumínio, José Roberto Giosa, afirmou que a sustentabilidade, além de trazer benefícios permanentes para o homem, é um mercado em continua expansão e exige mão de obra especializada. “Em 1999 era difícil contratar um estagiário para atuar na área. Atualmente, os cinco maiores escritórios de advocacia do país contam com especialistas em Direito Ambiental”, conta.  Ele lembrou que, até 1975, a palavra reciclagem não existia. Hoje, o mercado emprega milhares de profissionais de diversos setores, inclusive da área de comunicação.

Giosa, que é jornalista e atua como consultor na área ambiental, disse que parte deste crescimento é fruto de uma comunicação acertada com a sociedade. “No nosso trabalho de reciclagem de alumínio, trabalhamos com comunidades carentes que não conheciam o conceito de sustentabilidade. Mas achamos uma linguagem para nos comunicar e o trabalho ganhou grande dimensão.” De acordo com ele, a reciclagem de latas de alumínio no Brasil movimenta anualmente R$ 1,8 bilhão, e o país é campeão mundial de reciclagem deste material, ao tratar 96% do alumínio produzido no país. 
 
Saiba mais sobre o tema:
www.recicloteca.org.br
www.guardioesdomar.blogspot.com
http://www.brasilpetrio.com.br
http://www.onu-brasil.org.br/agencias_pnuma.php
www.abal.org.br/
www.ethos.org.br/

Cyro Viegas de Oliveira